Investigadores
da Delegacia Geral, da Polícia Civil do Maranhão, com apoio de
policiais da cidade de Pacajá, no Pará, prenderam o empresário Edilson
Alves Rocha, de 48 anos, natural da cidade de Nova Venécia, no Espírito
Santo. Ele foi apresentado na tarde de ontem (21), na Superintendência
de Polícia Civil do Interior, por ser acusado de, pelo menos, cinco
assassinatos.
Segundo a
delegada do Departamento de Missões Especiais, da Delegacia Geral,
Nilmar da Gama Rocha, o caso está sendo investigado desde janeiro de
2010, quando uma caminhonete Blazer, pertencente a três caminhoneiros
encontrados mortos em São Raimundo das Mangabeiras, foi achada na
empresa Alto Maq, de propriedade de Edilson Rocha, localizada em
Açailândia.
De acordo com a
polícia, Edilson foi preso no último sábado (19), em uma área de
difícil aceso, em Pacajá, onde montou uma madeireira, após sair do
Maranhão às pressas, quando percebeu que estava sendo investigado. Ele
foi trazido para a capital maranhense em um helicóptero do Grupo Tático
Aéreo (GTA). “Quando estávamos viajando para São Luís, ele chegou a
dizer que ficaria feliz se o helicóptero caísse naquele momento para que
nós dois fôssemos para o inferno”, revelou a delegada que comandou a
operação.
Acusações –
De acordo com a delegada Nilmar da Gama, no dia 17 de setembro de 2006,
o corpo dos caminhoneiros Carlos Wilson da Silva, natural de Campina
Verde (MG); José Caudy Gomes da Rocha, natural de Taguarana (AL); e Adão
Pedro Soares da Rocha, de Coração de Jesus (MG), foram encontrados na
cidade de São Raimundo das Mangabeiras. Eles estavam morando no estado
de Goiás, foram mortos e tiveram roubados uma Blazer, um trator e um
caminhão, que estavam em poder do empresário.
Em janeiro de
2010, a Blazer, que havia sido roubada dos caminhoneiros, foi encontrada
no pátio da empresa de propriedade de Edilson, em Açailândia, quando
tiveram início as investigações. Logo depois, segundo informou a
polícia, ele foi flagrado com um caminhão que teria sido roubado e foi
rastreado até o seu estabelecimento comercial.
Na ocasião, percebendo que o cerco estava se fechando, ele resolveu se
apresentar na delegacia e informou que havia comprado o veículo de José
Martins Lima, o “Zequinha Alejado”, muito conhecido na região Tocantina
pela compra e venda de veículos suspeitos. Na época, Edilson teria
conseguido convencer o delegado de que era vítima e que ajudaria na
prisão de Zequinha.
Entretanto, segundo informou a delegada Nilmar, nesse mesmo dia o
acusado teria entrado em contato com Zequinha e combinado com ele um
encontro para efetuar o restante do pagamento do caminhão. No dia
seguinte “Zequinha Alejado” e o motorista dele Claudisley Pires
Cavalcante, foram encontrados mortos. “Eles foram torturados e, depois
de executados, enterrados acorrentados”, revelou à delegada.
Edilson teria confirmado à polícia que, de fato, ligou para Zequinha, no
entanto para atraí-lo até sua residência, conforme combinado com o
delegado. Em depoimento, a mulher da vítima afirmou à polícia que o
marido havia saído de casa, em Imperatriz, para se encontrar com
Edilson. Um cheque do vereador de Açailândia Sininger Oliveira Júnior
foi entregue à polícia pela mulher Zequinha, que afirmou que o cheque
foi usado como parte do pagamento de Edilson para seu marido.
Em outubro do ano passado, a polícia conseguiu obter da Justiça um
mandado de prisão temporária contra Edilson, que sumiu de Açailândia,
voltando para o Pará. Lá, segundo a polícia, ele também teria sido preso
depois de ser encontrado com um caminhão roubado, placas e documentos
de vários veículos de procedência duvidosa.
Na tarde de
ontem, ao ser apresentado na SPCI, Edilson se declarou inocente,
afirmando que estava sendo vítima de uma perseguição. “Acho que estou
sendo perseguido. Tenho endereço fixo e não reagir à prisão. Não aguento
mais trabalhar sob pressão. Gostaria que me deixassem em paz. Já fui
embora do Maranhão porque não aguentava mais isso”, declarou o acusado.
FONTE: Jornal Pequeno
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